segunda-feira, 2 de maio de 2011

Inter supera Grêmio, vence turno e provoca mais dois jogos.



Deu Inter contra Grêmio. Falcão levou a melhor frente Renato Gaúcho. E o Gre-Nal 385 ficou no Beira-Rio, nos pênaltis. A vitória faz o colorado conquistar a Taça Farroupilha, forçando a disputa de mais dois clássicos para apontar o campeão geral do Gauchão. Leandro Damião e Júnior Viçosa marcaram no tempo normal. Nas penalidades, vitória vermelha por 4 a 2, com a última cobrança de Rodrigo, ex-jogador do Grêmio.

O Inter foi melhor no primeiro tempo, acumulou o domínio diante de um adversário com esquema bizarro, mas não foi letal. Leandro Damião usou um velho problema gremista, a bola aérea, para marcar. Mas na etapa final, Guiñazu foi expulso e Paulo Roberto Falcão recuou demais seu time. O Grêmio foi para cima e marcou aos 41, com Júnior Viçosa.

Inter melhor; Grêmio "perdido"

Nas escalações, surpresas de parte a parte. Falcão confirmou a especulação de Oscar na vaga de Rafael Sóbis. Povoou o meio-campo e diminuiu uma possível exposição de Tinga e Guiñazu. No Grêmio, Renato Gaúcho botou em campo um bizarro 3-6-1, com Vilson e Gilson em campo.

Foi um primeiro tempo de maior iniciativa do Inter. Jogando em casa, na obrigação de vencer e diante de um Grêmio bem modificado – com um esquema fora do comum, o 3-6-1. Sendo assim, as maiores chances foram do time de Paulo Roberto Falcão. Andrezinho, Oscar e D’Alessandro dividiram a armação.

Com quatro minutos, o cartão de visitas do colorado. Oscar matou no peito e serviu Leandro Damião. O camisa nove bateu, mas Marcelo Grohe pegou. A supremacia no meio-campo fazia qualquer iniciativa gremista acabar em vão. A alta movimentação de Oscar e Andrezinho influenciou no quesito.

Acuado, o Grêmio só conseguiu esboçar uma jogada ofensiva aos 13 minutos. Mas a troca de passes não foi perfeita. A superioridade vermelha ganhou forma aos 24 minutos. Andrezinho lançou Leandro Damião. O centroavante girou, Rodolfo desabou e permitiu o adversário ficar livre. Frio, Damião dominou e tocou por cobertura na saída do goleiro.

Mesmo não sendo de cabeça, o gol do Internacional explorou um velho problema do Grêmio: a bola área. A equipe do estádio Olímpico tem dificuldades crônicas neste expediente. Rodolfo foi o protagonista de outra falha, que permitiu Leandro Damião ficar livre e anotar seu primeiro gol em clássicos.

Logo depois, Renato Gaúcho tirou W. Magrão, que tinha dores musculares, e colocou Leandro. Retomando um pouco o esquema usual do Grêmio. Resposta imediata em campo. Gabriel, o melhor jogador da equipe visitante, ganhou companhia no flanco direito. Mas foi pelo meio, aos 42 minutos, a chance mais viva do empate.

O jovem Leandro aparou levantamento de Rodolfo e ganhou da defesa vermelha. Cara a cara com Renan, o camisa 21 bateu para fora. “A equipe está muito bem. Marcando e não dando espaços para o time deles”, opinou o camisa seis do Inter, Kleber. “Começamos um pouco perdido, mas fomos nos achando”, admitiu do outro lado Fábio Rochemback.


Uma grande emoção para Falcão !

Em pouco mais de duas semanas no comando do Internacional, Paulo Roberto Falcão tem seu mostrado um treinador tranquilo. Sereno e amigável. Seu posto, no entanto, foi abalado no domingo, cerca de duas horas da bola rolar para o clássico Gre-Nal 385. Ver a torcida do Inter lotando o estádio Beira-Rio incendiou o ex-comentarista. Falcão revela que sentiu vontade de entrar em campo, como nos velhos tempos.

“Na chegada ao estádio foi algo impressionante. Quando nos aproximamos, raramente tenho isso, mas ali tive vontade de entrar em campo, jogar. Foi muito forte a torcida gritando”, contou o técnico.

Tricampeão brasileiro, considerado o maior ídolo da história do Inter, Falcão é homenageado há anos, mas sua volta ao clube multiplicou as maneiras dos colorados se expressarem. E ele nota tudo isso. “Eu olhava de um lado tinha uma faixa ‘Falcão’. Do outro lado também. O grande desafio é controlar e não deixar isso atrapalhar”, comentou.

“Eu tive, ali, convicção de que a gente ia ganhar. A torcida gritando, você saindo do vestiário, dá a certeza que você precisa jogar por eles. A emoção vem disso”, citou o ex-companheiro de Galvão Bueno na TV Globo.

A emoção foi tão fora do comum, ímpar desde o seu retorno a casamata, que Paulo Roberto Falcão não sabe pesar o que fica após a vitória nos pênaltis diante do maior rival. “Não pensei muito nisso. Foi muito rápido. A gente fica muito ligado no jogo”, argumentou.

“Talvez de noite eu possa descobrir o que vem para o consciente. Agora eu estou vivendo essa vitória. Podemos decidir o campeonato. Fiquei impressionado com a vontade dos jogadores. Amanhã ou depois eu vejo alguma coisa que ainda não tive acesso”, completou.

Falcão também não escondeu que se emocionou após o último pênalti da decisão, convertido por Rodrigo. A primeira conquista de título, mesmo que de um turno apenas do Campeonato Gaúcho, foi mais forte do que o ‘rei de Roma’ esperava.

“Achei que não ia me emocionar. Mas sai [do campo], pois estava assim. Uma coisa é você trabalhar no time que se criou. Perguntei para o Renato na rádio se era diferente. E eu senti isso agora. Ser campeão, mesmo que do segundo turno, em um time que eu torci desde os 4 anos é muito, muito complicado de segurar. Foi uma situação que eu já tinha imaginado antes, mas vivi hoje [domingo]. É uma coisa inesquecível”, relatou.

Falcão e o grupo de jogadores do Inter voltam a trabalhar nesta segunda-feira à tarde. Na quarta, o compromisso é com o Peñarol, na partida de volta das oitavas de final da Libertadores. Até um empate com placar fechado garante o colorado nas quartas. No domingo, novamente no Beira-Rio, acontece o primeiro Gre-Nal final do Gauchão.

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