Uma nova era

Amigos colorados. Quando se começou a falar em Dorival Júnior como novo técnico, não criei grandes expectativas afinal tratava-se do técnico do Galo, time que estava muito mal na tabela. Confesso que fiquei um pouco frustrado quando as tentativas de contratar Paulo Autuori falharam: Autuori, apesar de uma passagem ridícula pelo grêmio, é um técnico mais rodado e infinitamente mais vitorioso que Dorival.

Mas eis que Dorival Júnior chega mostrando personalidade e conhecimento do plantel Colorado. Já de saída sacou o terrível Wilson Mathias do time e sinaliza trocar Tinga por Andrézinho. Mais que isso: sabedor das atuais limitações de Bolívar ele sinaliza dar um merecido descanso ao capitão... no banco.

Com essas pequenas primeiras atitudes, Dorival ganhou a minha simpatia. É inegável que o Inter precisa de renovação, precisa encontrar alternativas em suas categorias de base e explorar mais os atletas mais jovens, preparando o terreno para uma nova geração de craques que pede passagem. Todos somos e seremos eternamente agradecidos a Bolívar, Índio, Tinga e Kleber, mas o tempo chega para todos. Chega e cobra seu preço. E nós não podemos ser eternamente dependentes de nossos ídolos do passado pois é muito ruim ver quem foram e quem são atualmente esses jogadores: é triste ver alguns deles se arrastando em campo, pior ainda se levarmos em conta que eles e o Inter só tem a perder com isso.

Todos torcíamos para que Falcão e Osmar Loss tivessem tido sucesso, mas convenhamos: um não sabia o que fazia e o outro jogou no lixo a maior oportunidade da carreira atuando de forma covarde, mesmo quando jogava em casa! Alias, Loss já vai tarde e, por mim, não deveria ficar no Inter nem pra treinar os juvenis: é uma temeridade entregar a formação de nossos futuros craques a alguém tão incompetente e pouco ambicioso.

Tenho um bom pressentimento quanto ao Dorival: ele tem experiência em explorar e moldar jovens jogadores em formação, transformando-os em vitoriosa realidade. Basta que lembremos o Santos de hoje foi formado por ele. Dorival também é um técnico com filosofia ofensivista, diferente dos últimos covardes que infestaram nossa casamata. A proposta de trabalho dele não é nenhuma novidade, mas é algo que não se via no Beira Rio desde os tempos de Abel Braga.

Diante disso, acho que temos tudo para decolar na tabela a partir de hoje contra o Botafogo. Acho que agora temos um comandante a altura das expectativas da torcida, que tem capacidade para fazer esse grupo atuar de forma mais empolgante do que os antecessores, fazendo que a torcida recobre a esperança de vencer um Brasileirão, algo que não acontece há mais de 30 anos.